O pecuarista brasileiro Orlando Vendramini Neto, de 64 anos, acusa agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) de terem “limpado” suas contas bancárias antes de sua deportação para o Brasil. Ele foi detido no dia 23 de janeiro de 2025 no estacionamento de um shopping em Mariano Roque Alonso e expulso do país poucos dias depois.
A prisão ocorreu no contexto de uma investigação sobre atentados contra outros pecuaristas, supostamente ligados a disputas por dívidas. Durante a operação, as autoridades apreenderam celulares e cartões de crédito de Vendramini. Segundo seu advogado, Hugo López, esses dispositivos foram usados para realizar transferências bancárias e compras, resultando no desvio de aproximadamente 30 mil dólares.
Entre os dias 27 e 28 de janeiro, as contas de Vendramini, vinculadas à sua empresa Acres SA, foram manipuladas a partir dos dispositivos confiscados. Movimentações suspeitas foram identificadas por meio do sistema bancário paraguaio SIPAP, além de transações comerciais no país. O advogado alega que os valores foram retirados sem comprometer os protocolos de segurança bancária, sugerindo que Vendramini pode ter sido forçado a fornecer suas senhas.
Além da questão financeira, a defesa do brasileiro denuncia que funcionários de sua fazenda, localizada em Presidente Hayes, estariam “desaparecidos” desde a operação policial, sem qualquer comunicação com o exterior.
O ministro da Senad, Jalil Rachid, afirmou que a fiscalização interna da instituição já investiga as acusações e que o Ministério Público paraguaio também está apurando o caso. Ele garantiu que as medidas necessárias estão sendo tomadas para esclarecer os acontecimentos.
O caso levanta questionamentos sobre possíveis abusos de autoridade por parte da Senad e a legalidade da deportação de Vendramini. Seu advogado sustenta que ele morava no Paraguai há mais de 30 anos e poderia ter direitos de residência desconsiderados no processo de extradição.
Novas denúncias sobre o caso devem ser apresentadas nos próximos dias, aumentando a pressão sobre as autoridades paraguaias.
Vendamini foi expusldo do Paraguai e trazido para Dourados, onde ele é investigado pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) por um homicídio ocorrido na fronteira. No momento ele aguarda julgamento preso na Penitenciária Estadual de Dourados (PED).