O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para representá-lo na abertura do Legislativo nesta segunda-feira (3). O fato gerou protestos de parlamentares no Plenário da Câmara dos Deputados, que foram repreendidos pelo novo presidente do Senado Federal, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). “Por favor, peço a cordialidade de todos deputados e deputadas nesse dia muito importante para a democracia brasileira e para a história do parlamento brasileiro”, declarou.
Parlamentares do Partido Liberal (PL), opositores do governo, utilizavam chapéus da bandeira do Brasil com o dizer “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026” e gritavam: “Lula, cadê você? O povo tem fome e não tem o que comer”. Pacotes de picanha e de café foram exibidos com fotos do petista e do ex-presidente Jair Bolsonaro com dizeres como “nem picanha, nem café”, em protesto pelo aumento do preço dos alimentos.
A estratégia foi usada primeiro pelo governo durante a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado. No sábado (1º), os ministros de Lula licenciados para votar usaram um boné azul com a frase: “O Brasil é dos brasileiros”. Hoje, em resposta à oposição, apoiadores do governo gritavam “sem anistia” em referência aos autores da tentativa de golpe de Estado do 8 de janeiro. A investigação da Polícia Federal aponta para participação de Jair Bolsonaro no ocorrido.
Pela manhã, Alcolumbre e o novo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), estiveram no Palácio do Planalto com Lula. Na ocasião, o presidente garantiu manter o equilíbrio entre os Poderes da república. Durante o discurso de Motta, os mesmos parlamentares que protestavam contra Lula aplaudiram o presidente da Câmara aos gritos animados de “Hugo”.