Pesquisadores alertam circulação do covid-19 em macrorregião de Dourados

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A doença é responsável pela morte de mais de 128 mil pessoas no Brasil, 1.007 em Mato Grosso do Sul e desafia gestores públicos. Foto: (Divulgação)

Níveis de alerta em três microrregiões de saúde: Dourados, Nova Andradina e Aquidauana na análise de dados dos Boletins Epidemiológicos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde no período de 22 de agosto a 05 de setembro, está preocupando pesquisadores com as dinâmicas geoespaciais entre os municípios, o que interfere na circulação do novo coronavírus e a ausência de políticas de enfretamento à Covid-19, pesquisadores apontam que o trabalho da Vigilancia Sanitária em Saúde deverá se intensificar para os próximos 14 dias em razão das aglomerações no feriado da Independência.

A análise dos dados apontou que, no período analisado, dos 33 municípios que compõem a macrorregião de saúde de Dourados, 14 registraram aumento nos índices de morbimortalidade da Covid-19.

Desse total, sete municípios tiveram aumento nos níveis de alerta. Na microrregião de saúde de Dourados, Rio Brilhante e Fátima do Sul passaram do nível 2 para 3 e Dourados subiu do nível 3 para o 4, aumento significativo do índice foi registrado em Caarapó, embora tenha se mantido no nível de alerta 2. Na microrregião de Ponta Porã, o município de Amambai passou do nível de alerta 1 para o 2 e Coronel Sapucaia registrou um aumento expressivo no índice, mantendo-se no nível de alerta 2.

Na microrregião de Nova Andradina, Ivinhema passou do nível 2 para 3, Batayporã e Nova Andradina passaram do nível 1 para o nível 2.

O especialista em Geografia da Saúde, Adeir Archanjo da Mota, afirmou que “em uma pandemia os governos municipais, estaduais e federal devem empregar as medidas preventivas necessárias por mais tempo e articuladas com os municípios das micro e macrorregiões de saúde para manter um baixo nível de contágio para não contabilizar muitas mortes evitáveis, gastos elevados de recursos públicos e frear as dinâmicas populacionais e econômicas”.

Além do crescimento nos níveis de alerta, os pesquisadores estão preocupados com os impactos das aglomerações do feriado da Independência. “Percebemos um baixíssimo índice de distanciamento social e observamos que boa parte da população não cumpriu as medidas de prevenção para conter o vírus. No feriado, a população se esqueceu de que estamos em uma pandemia e que estamos perdendo vidas. Considerando tudo isso, teremos impactos bastante negativos para a saúde pública e coletiva daqui a 14 dias. Outubro também irá refletir o descuido das pessoas em relação à saúde da coletividade e a ausência do poder público na contenção à doença durante o feriado da Independência”, finalizou Fernanda Vasques Ferreira, pesquisadora em Comunicação, Saúde e Políticas Públicas da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).

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