Por exigência do MP, dispositivo sonoro é instalado em semáforo de Dourados

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Cumprindo a resolução do Contran, e o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), a Prefeitura de Dourados, através da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), fez a instalação do botão sonoro no cruzamento da avenida Marcelino Pires com a rua Hayel Bon Faker. A proposta é simples: dar mais segurança para pedestres e garantir que deficientes visuais se localizem ao atravessar a rua.

Uma botoeira foi colocada no semáforo para que o pedestre solicite a sua travessia. Apertando o botão por três segundos, o sistema entende que um pedestre está aguardando para atravessar a via. Em alguns segundos ele fecha todos os sinais e com um sinal sonoro, além do sinal verde, a passagem é liberada.

“São dois pontos, um deles é que a pessoa com deficiência visual consegue, através do som que é constantemente emitido, chegar até o semáforo, acima do botão há as instruções em braile, ele aperta e um novo som indica a abertura. O outro ponto é que qualquer pessoa consegue fazer a travessia com muito mais segurança, isso porque todas as ruas param e o pedestre atravessa sem riscos”, explicou a diretora da Agetran, Mariana de Souza Neto.

A vendedora Luciana de Lima testou o dispositivo. “É bem útil, principalmente para quem dificuldade de atravessar. Falta agora as pessoas usarem”, declarou. O técnico semafórico, Sigmar Gonçalves, explica que a ferramenta tem foco no pedestre. “Quando acionado o sistema para todo trânsito para que o pedestre possa atravessar. Levamos em consideração a legislação e a intensidade do fluxo de veículos nesse ponto”, frisa.

Para a presidente do CMDPD (Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência), Gislaine Cristina Pinheiro de Lima, a ação é um avanço para acessibilidade e inclusão da população PDC de Dourados. “Essas tecnologias são fundamentais para garantir a segurança, boas condições de mobilidade urbana, e sobretudo o exercício pleno dos direitos das pessoas com deficiência”, destacou.

Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, acessibilidade é um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de vida das pessoas. “O CMDPD continuará exercendo sua função no acompanhamento, monitoramento e fiscalização das políticas destinadas à pessoa com deficiência no município de Dourados”, finalizou a presidente.

A Agetran realiza um estudo de fluxo para identificar outros pontos para instalação de mais botoeiras sonoras. “Fizemos um estudo no ano passado, mas com a pandemia o fluxo também mudou, por isso vamos reavaliar os levantamentos, para que os locais com maior número de pedestres sejam beneficiados com o dispositivo”, detalhou Mariana.

Som constante

O equipamento emite um som superior aos ruídos do ambiente para que a pessoa com deficiência visual, por exemplo, consiga entender que próximo dali existe uma faixa de pedestre.  A resolução nº 704 de 10/10/2017 do Conselho Nacional de Trânsito determina que o sinal sonoro deve ter intensidade de 10 dBA acima do ruído momentâneo mensurado no local pela própria botoeira, obedecendo aos limites máximos de emissão sonora conforme legislação vigente.

Agetran orienta pedestres na utilização da botoeira sonora.(Foto: Leandro Silva)
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