REALIDADE: O país segue dividido entre bolsonaristas e esquerda. Com isso, nestas eleições municipais, os institutos de pesquisas tem dificuldades de arrancar do eleitor uma resposta mais verdadeira e menos automática. É que a ideologia supera o currículo do candidato, suas qualidades e eventuais projetos. Seria o caso dos institutos reverem seus métodos?
CONVENHAMOS: As recentes movimentações escoradas em ideologia de lideranças locais tem o cunho preparatório para o pleito nacional. O que está valendo mesmo é a identificação ideológica para manter o eleitorado sob controle, pouco importando se esse ou aquele candidato a prefeito do grupo teria o perfil de gestor exigido.
UM TERROR! Concluída há pouco, uma pesquisa ‘Data Folha’ – sem sugerir nomes de candidatos – mostra como anda o sentimento do eleitorado. Em São Paulo 55% não sabiam revelar um candidato preferido a prefeito. No Rio de Janeiro o resultado também decepcionou: 53% de alienados. Em Belo Horizonte foi de doer: 73% estão totalmente ‘por fora’.
CONCLUSÃO: Esses números são reflexos da nacionalização do debate eleitoral como já citamos acima. No lugar de se discutir os desafios da saúde, educação, asfalto, criminalidade e outros temas próximos da comunidade, estão elegendo como prioridade temas ideológicos, sem pragmatismo e utópicos na maioria das vezes.
ANOTEM: Pelo cenário já visível destas eleições, é possível fazer um prognóstico do nível da batalha de 2026. Um terror! O Brasil estará rachado e com nível de radicalismo muito superior ao que se afere hoje. Ávidas pelo poder, as lideranças regionais tendem a caminhar coladinhas com os caciques nacionais. E viva o Fundo Eleitoral!
MARQUINHOS TRAD: Surpresas ou situações inusitadas integram o cardápio das campanhas eleitorais. Posto isso, aí está o ex-prefeito de volta tentando recomeçar sua carreira política abortada ao liderar as pesquisas ao Governo. Pelas suas declarações dará ao pleito a postura de resgate da própria honra ultrajada. Promete!
ELEIÇÕES: Não são ‘retiros de igrejas’. Seus protagonistas não sonham com eventual canonização. No caso de Marquinhos, ele tem chances de sucesso para a vereança e fazer do cargo um trampolim para 2026. Rose Modesto e Marquinhos Trad no mesmo projeto e palanque – mostra o quanto a política é dinâmica.
QUESTÕES: Prestígio é pessoal e dificilmente se transfere. Exemplos não faltam. O ex-governador Pedrossian é um deles. Jamais elegeu um sucessor. O eleitor diferencia os personagens. Aliás, incoerências e outros fatores a parte, as pesquisas tem mostrado pouco eficaz o apoio do ex-governador Puccinelli (MDB) ao candidato Beto Pereira (PSDB).
EM BAIXA: Sem o poder, Puccinelli é antítese do que foi. Sem protagonismo suas falas não ecoam como antes. Tudo ao seu tempo. Ainda teria oxigênio para tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa? Para observadores não passaria de falácia dele para preservar espaço na mídia. Quanto mais demora para sair de cena, mais se apequena.
BETO PEREIRA: A divulgação do caso de suas contas junto ao TCE-MS provoca desgastes na sua imagem e atrapalha a campanha. Falta ‘agua benta’ para combater esse incêndio eleitoral. Por último, as notícias sobre o aumento do seu patrimônio nos dois últimos anos devem render questionamentos junto a opinião pública. Sabe como é…
ALERTANDO: Com o advento da internet e a expansão das redes sociais, a guerra de informações ganha importância oceânica na campanha eleitoral. Justifica aí o ditado de que ‘vale mais a versão do que o fato’. Uma notícia dúbia, tendenciosa faz estragos as vezes irreversíveis sem uma resposta corretiva à altura e imediata. Quem cala…
AVISO: Entre os jornalistas de um modo geral percebe-se uma certa reação de descontentamento pela estratégia adotada pelos candidatos. Praticamente não há ambiente para contatos pessoais, sem interferência de assessores de campanha. Afinal, candidato não pode ser guardado a sete chaves. Muito pelo contrário.
AGRADA? Observadores questionam se a coronel Neidy Centurião como companheira de chapa de Beto Pereira realmente corresponde as expectativas políticas? Seu currículo voltado ao segmento da segurança pública seria compatível com o cargo e eventuais desafios administrativos de uma capital ?
REPETECO: Nesta fase os partidos nem sempre tem conseguido encontrar o nome com perfil de atrair novos votos ao candidato a prefeito. Campo Grande não foi exceção. O episódio da escolha do deputado Luiz Ovando (PP) demonstrou falta de atenção (ou amadorismo?) para os regulamentos que norteiam as candidaturas.
CONVENHAMOS: Luiz Ovando tem o perfil compatível para o cargo. Médico, (esquerda convertido para a direita) tem uma trajetória política sem grandes feitos, mas também sem máculas graves. Graças ao bolsonarismo chegou ao poder. Às vezes vota com o governo, outras vezes derrapa – como sua pregação contra a vacina da Covid.
AGREGA? Parece que a candidata Rose Modesto (União Brasil) foi bem na escolha de Roberto Oshiro como seu vice. Alguém lembrou que a colônia japonesa beira 20 mil pessoas, caracterizando pela postura discreta e unida. Com tantos candidatos, não se pode ignorar o eventual apoio deste porte. Vamos esperar como Oshiro abraçará o eleitor.
ZECA DO PT: Pés no chão, ele admite as limitações do projeto que embasa a candidatura de Camila Jara (PT). Estima que o crescimento deva alcançar o pico de 15% dos votos válidos. Zeca justifica sua presença como candidato a vice também para demonstrar a união da sigla e ‘cultivar o canteiro’ para o pleito de 2026. Pensa longe.
HIPÓTESES: Caso Camila fique fora do 2º turno o PT será naturalmente assediado pelos dois partidos finalistas em busca de apoio. Zeca revela que essa decisão seria independente da parceria do PT com o Governo Estadual. ‘São situações diferentes’ – enfatiza. O PT poderia inclusive liberar seus eleitores para a livre escolha.
‘BRIMO PRECAVIDO’: Usando tornozeleira eletrônica e afastado do Tribunal de Contas de MS – acusado de corrupção no órgão, o conselheiro Ronaldo Chadid teve apreendido em sua casa mais de R$800 mil. Na justificativa ele argumentou: “que por ser árabe, tinha o costume de guardar suas economias, desde 1995, fora de bancos. ”
O MAIORAL: As despesas do Judiciário devem aumentar dos atuais R$5,11 bilhões para R$ 59,95 bilhões em 2025. O sistema custa ‘apenas’1,6% da renda do Brasil – o maior gasto entre 53 países ricos e emergentes – quatro vezes mais que a média apurada.
‘BRASIL – UM PAÍS DE TODOS’ (OU DE POUCOS?)