Artigo: Olhar mais humano sobre pacientes terminais

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Boa tarde!

Nosso tema de hoje trata de um assunto bastante delicado e muito importante, abordando os cuidados paliativos onde falamos de mais amor e menos dor na hora do Adeus.

Infelizmente a morte é o destino de todo ser vivente e para muitos ainda é algo muito difícil de aceitar e muitos  levam a vida como se a morte até mesmo não existisse. Poucas pessoas falam no assunto de forma natural, mesmo com toda fé do mundo quando se fala de morte, ela tende a ser misteriosa e sombria.

Mas o que acontece é que cedo ou tarde temos que encará-la de frente, sendo por conta de alguém querido que partiu, ou seja, pela nossa hora de dizer a adeus. E para quando essa hora chegar, será que estaremos preparados?

Na minha vida profissional desde o inicio venho trabalhando com pessoas que fazem parte do quadro de cuidados paliativos, esses são pacientes que desenvolveram alguma doença que os deixara incapacitados de executar funções de forma independente, como por exemplo o simples fato de levar um copo d’agua até a boca, e o que mais tenho notado é o medo do sofrimento. Ai que a equipe multiprofissional atua, desenvolvendo um trabalho que alivia o sofrimento, atenua os sintomas, tira a dor e dá acolhimento nessa fase terminal.

A SAUDADE DÓI, PORÉM O RANCOR DÓI MAIS AINDA

A família tem um papel muito importante nessa situação de fragilidade e de dura realidade com a proximidade da morte. Como profissional de saúde sempre procuro mostrar que o serviço deve ser realizado com o máximo de atenção e cuidado pois o objetivo não é apressar a morte, ao contrário a ideia é permitir uma morte mais natural possível, preservando sempre pela qualidade de vida e pelo conforto mesmo tendo todas as dificuldades e do sofrimento que envolve toda a vivência de uma doença grave muitas vezes neurodegenerativa, quando o familiar consegue entender isso, eles ficam todos menos sofridos, ou pelo menos tem um alento para o sofrimento.

Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer por você ou pela pessoa que você ama. Isso simplesmente indica que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida, e que uma equipe, juntamente com os profissionais especialistas na enfermidade, irá cuidar de quem está doente e daqueles que o cercam. Ou seja, “há muito a fazer” pelo paciente.

Claro que é muito angustiante receber o diagnóstico de uma doença grave. Ela costuma vir acompanhada, além dos sintomas físicos, de questões profundas de ordem social, psicológica e espiritual. Um diagnóstico difícil traz à tona questões como o medo da morte, a apreensão em deixar a família desamparada, conflitos do passado e até problemas de ordem prática, como o afastamento do trabalho e a consequente queda de renda, entre outras.

Por fim, o time de cuidados paliativos entende que uma doença grave atinge não só o paciente, mas também aqueles que o amam. Por esse motivo, seu papel é cuidar de todos. Daí a importância de ser uma equipe que inclua enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, entre outros profissionais, para dar conta de uma extensa demanda de necessidades.

“Você é importante por quem você é. Você é importante até o último momento da sua vida, e faremos tudo o que pudermos, não só para ajudá-lo a morrer em paz, mas também para a viver até morrer.” Cicely Saunders

Por: Daniel Oliveira, Bacharel em Fisioterapia, com formação em Quiropraxia clínica, Pós grad. Traumatologia, Ortopedia e Reabilitação Esportiva, especializando em Geriatria e Gerontologia, em Gestão em Serviços de Saúde, MBA em Empreendedorismo, Marketing e Finanças e semanalmente estaremos aqui para abordar assuntos pertinentes ao corpo, saúde e bem estar em geral. Siga @danieloliveir6

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