Grupo de MT comandava rota do tráfico entre Bolívia e o Nordeste

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A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco-MT) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (24), a segunda fase da Operação Rota do Sertão, para cumprir seis mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão contra grupo responsável por um esquema de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, adulteração de veículos e crimes ambientais.

O grupo usava o município de Sinop como base estratégica para o envio de drogas para o Nordeste, e de cargas de madeira ilegal a estados do Sudeste. As medidas cautelares, deferidas pela 5ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado de Sinop, foram cumpridas em Sinop, Lucas do Rio Verde e Guarantã do Norte e Picos, no Piauí. Durante as investigações, a Ficco-MT apreendeu uma carga de cocaína, de aproximadamente 800 quilos, na cidade de Picos. A apreensão ocorreu quando o entorpecente era transportado de caminhão para o Porto de Pecém, no estado do Ceará.

A droga foi adquirida na fronteira do Brasil com a Bolívia e levada até um entreposto em Sinop, de onde foi transferida para outra carreta, com carga lícita de milho, e seguiu para o Nordeste. A prática era elaborada para evitar que um caminhão suspeito, recém-chegado da fronteira, fosse interceptado durante o deslocamento para outras regiões do país.

As investigações também mostraram que o grupo estava envolvido com o transporte de madeira ilegal para estados do Sudeste. Em uma das abordagens, em Goiânia, foi apreendida uma carga de madeira sem documentação regular, o que caracterizou crime ambiental e somou mais uma acusação às atividades ilícitas da organização criminosa.

Veículos clonados

O grupo investigado tinha como estratégia fazer o transporte das cargas ilícitas em caminhões clonados, a fim de minimizar prejuízos em caso de uma eventual apreensão das cargas. A Ficco-MT identificou que um veículo roubado foi desmontado em uma oficina em Sorriso e seria usado para transportar as peças a outro caminhão do grupo investigado. Na ocasião, as equipes da Ficco apreenderam o veículo e o responsável pelo estabelecimento foi preso em flagrante.

Para esconder o fluxo de dinheiro e os bens adquiridos, o grupo criminoso criava empresas de fachada, registradas em nome de terceiros, conhecidos como “laranjas”. A investigação apurou ainda que as empresas têm uma frota de 22 caminhões, cujas sedes estavam localizadas na residência dos investigados ou em terrenos baldios. A Ficco-MT é uma força integrada composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, e tem por objetivo realizar a atuação conjunta e integrada no combate ao crime organizado no estado de Mato Grosso.

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