Uma publicação nas redes sociais atribuída ao grupo autodenominado Justiceiro da Fronteira gerou repercussão e medo na região que abrange Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. A mensagem, publicada em 14 de janeiro de 2025, afirma que o grupo está de volta às atividades, reacendendo discussões sobre segurança na fronteira.
“Estamos de volta. 2025 está só começando e já estamos monitorando todos os bairros de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã”, diz a postagem, que também menciona uma suposta lista com fotos de criminosos.
Contexto histórico: o surgimento do grupo
O Justiceiro da Fronteira ganhou notoriedade nos últimos anos por reivindicar a autoria de execuções sumárias na região de fronteira, supostamente direcionadas a pessoas envolvidas em crimes como furtos, roubos e tráfico de drogas. As ações frequentemente eram acompanhadas por bilhetes ou mensagens deixadas ao lado dos corpos, justificando as mortes como “justiça” contra quem prejudica trabalhadores locais.
Após um período de relativa inatividade em 2024, o grupo agora anuncia sua retomada em meio a uma onda de violência que deixou quatro pessoas mortas em menos de uma semana.
Crimes recentes aumentam tensão na fronteira
Nos últimos dias, os corpos de duas vítimas foram encontrados em uma estrada vicinal de Pedro Juan Caballero e outros dois próximos a uma rodovia em Ponta Porã. Entre as vítimas estão os irmãos Emerson Darío Martínez Ocampos, de 22 anos, e Diego Armando Martínez Ocampos, de 27, moradores do bairro General Genes, no Paraguai. Eles desapareceram na noite de segunda-feira (13) e foram encontrados mortos na terça-feira (14).
Outro caso que está sendo investigado é o desaparecimento de um homem de 50 anos, ocorrido em Ponta Porã. Testemunhas relataram que ele foi sequestrado enquanto pilotava uma moto, abordado por homens encapuzados em um Fiat Toro. O capacete e o tênis da vítima foram encontrados no local, mas ele permanece desaparecido.
Fontes policiais revelaram que o homem possui passagens pela Justiça, incluindo uma prisão por transporte de drogas em 2014.
Repercussão nas redes sociais
A postagem atribuída ao Justiceiro da Fronteira viralizou rapidamente, gerando debates acalorados nas redes sociais. Muitos moradores expressaram medo de novos ataques, enquanto outros apoiaram as ações do grupo como uma resposta à crescente criminalidade na região.
Apesar da mensagem, as autoridades dos dois países ainda não confirmaram qualquer vínculo entre o grupo e os recentes crimes. Polícias do Brasil e do Paraguai intensificaram investigações para esclarecer os homicídios e o desaparecimento.