O bloqueio dos indígenas na MS-156, rodovia que liga Dourados a Itaporã, entra no segundo dia consecutivo. Desde a manhã de segunda-feira (25/11), o grupo protesta no local contra a falta de água que afeta milhares de famílias das aldeias Bororó e Jaguapiru.
A manifestação ocorre a partir do trevo da Guaicurus, na região que dá acesso à perimetral.
Moradores ressaltam que devido à estiagem severa, muitos poços da região secaram, obrigando-os a buscarem água em açudes distantes, chegando a caminhar mais de três quilômetros.
As lideranças indígenas criticam as medidas adotadas até o momento como paliativas e insuficientes. Apesar da assinatura de um Termo de Parceria entre a Prefeitura de Dourados e o Disei (Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul), a falta de abastecimento regular persiste. No último fim de semana, caminhões-pipa foram enviados à reserva, mas os moradores afirmam que a solução não atende à real demanda da comunidade.
“Estamos cansados de promessas e estudos para levar água até a Reserva Indígena. Vamos permanecer aqui por tempo indeterminado […]. Se não lutarmos, vamos passar o Natal e o Ano Novo sem água”, afirmou o cacique Ramão Fernandes, da aldeia Jaguapiru.
Tanto a referida aldeia, quanto a Bororó, juntas, abrigam mais de 20 mil pessoas, uma população superior à de muitas cidades do estado.
Na última sexta-feira (22/11), as lideranças já haviam comunicado sobre a intenção de fechar a rodovia, cobrando soluções definitivas para a crise hídrica na reserva indígena federal.
Até o momento, não há previsão de término do bloqueio, e o protesto segue como uma forma de pressionar autoridades a agirem de forma concreta e eficaz para resolver o problema.
