Um agente da Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai foi preso sob a acusação de esvaziar as contas bancárias do pecuarista brasileiro Orlando Vendramini Neto, de 64 anos. O suspeito, identificado como Víctor Alejandro Miguel Barreto Cárdenas, de 25 anos, foi detido após investigação conduzida pela procuradora Irma Encarnación Llano Pereira, da Unidade Especializada em Crimes Informáticos.
Vendramini Neto foi capturado pela SENAD no dia 22 de janeiro, em Mariano Roque Alonso, e expulso do Paraguai no mesmo dia, sendo entregue à Polícia Federal (PF) do Brasil na Ponte da Amizade, em Ciudad del Este. Durante sua prisão, ele teve quatro celulares confiscados e foi supostamente forçado a revelar as senhas dos aparelhos e das suas contas bancárias, incluindo os códigos de segurança conhecidos como tokens.
A investigação aponta que os valores desviados das contas de Vendramini somam aproximadamente 30 mil dólares. Os saques e transferências ocorreram entre os dias 27 e 28 de janeiro, a partir dos dispositivos confiscados. O sistema bancário paraguaio SIPAP registrou movimentações suspeitas, assim como transações comerciais realizadas no país. Segundo o advogado de Vendramini, Hugo López, as retiradas ocorreram sem comprometer os protocolos de segurança, indicando que seu cliente pode ter sido coagido a fornecer as credenciais.
Para não levantar suspeitas, o agente preso teria aguardado cinco dias antes de reativar dois dos celulares do pecuarista. No entanto, esses aparelhos estavam vinculados às contas bancárias da vítima, o que facilitou a descoberta da fraude.
A prisão de Vendramini ocorreu no contexto de uma investigação sobre homicídios e atentados contra pecuaristas na região de fronteira em Mato Grosso do Sul, supostamente ligados a disputas por dívidas. Após ser entregue à Polícia Federal, ele foi encaminhado para a sede do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados e, posteriormente, levado à Penitenciária Estadual de Dourados (PED), onde aguarda a conclusão do processo.
As autoridades paraguaias seguem investigando se outros agentes da SENAD estiveram envolvidos no esquema fraudulento.