Mato Grosso do Sul avança com a inclusão de fitoterápicos na saúde pública

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Mato Grosso do Sul dá um passo significativo na inclusão de fitoterápicos na saúde pública com a publicação, nos próximos dias, da assinatura oficial do contrato para a implantação da Farmácia Viva. O termo de cooperação técnica, firmado em agosto do ano passado, foi uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

O objetivo do programa é integrar práticas tradicionais de plantas medicinais à ciência farmacêutica moderna, assegurando o acesso a medicamentos fitoterápicos de alta qualidade, segurança e eficácia para os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde).

O acordo prevê um investimento total de R$ 987.302,26, com R$ 648.769,26 destinados à manutenção do programa e R$ 338.533,00 para sua estruturação, ambos provenientes de repasses federais. Inicialmente, a Farmácia Viva produzirá quatro fitoterápicos: Xarope de Guaco (100 ml), Gel de Erva Baleeira (100 g), Droga Rasurada de Capim Cidreira (100 g) e Droga Rasurada de Colônia (100 g), que serão distribuídos para os usuários do SUS.

O projeto terá início com o atendimento a moradores da região próxima à Farmácia Escola da UFMS, localizada na Cidade Universitária, e aos pacientes ambulatoriais atendidos no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian.

A expectativa é que, com o tempo, o projeto se expanda para outras regiões, beneficiando um número crescente de pessoas, ampliando o alcance do SUS e consolidando a Farmácia Viva como um modelo de inovação para outros municípios do Estado e do país.

Coordenadora Estadual da Assistência Farmacêutica de MS, Patrícia Carrilho destaca a relevância dessa iniciativa para a saúde pública e para a promoção de práticas terapêuticas acessíveis e seguras.

“Este projeto é uma demonstração clara de como o SUS pode se fortalecer através da integração entre a ciência farmacêutica e os saberes tradicionais das plantas medicinais. A Farmácia Viva representa, sem dúvida, um modelo inovador para a saúde pública no Brasil, trazendo benefícios reais à comunidade”, apontou.

O programa também inclui o compromisso de capacitação contínua dos profissionais envolvidos, garantindo que todas as etapas – desde o cultivo das plantas até a manipulação dos fitoterápicos e sua distribuição – sejam executadas com o mais alto padrão de qualidade e respeito à tradição e à ciência. Além disso, a produção local de fitoterápicos contribuirá para a economia regional e fortalecerá a autonomia dos municípios em relação ao acesso a medicamentos essenciais.

Com a Farmácia Viva, Mato Grosso do Sul não apenas amplia suas opções terapêuticas, mas também reforça o compromisso com práticas de saúde integrativas e sustentáveis, respeitando a sabedoria ancestral e a inovação científica em benefício da população.

“Nós temos uma diversidade grande de plantas no Pantanal e Cerrado. Estamos iniciando com quatro espécies, mas nossa perspectiva é ampliar esse número, agregando cada vez mais conhecimento técnico e científico. Com o apoio da UFMS, conseguimos integrar pesquisa, inovação e prática, o que é essencial para garantir a qualidade dos medicamentos produzidos. Além disso, estamos comprometidos em capacitar os municípios, para que eles possam desenvolver suas próprias iniciativas e contribuir para o fortalecimento dessa rede. Esse projeto é mais do que produzir medicamentos, é sobre levar saúde, conhecimento e valorização do meio ambiente para toda a população”, finaliza a coordenadora do Projeto Farmácia Viva, Márcia Gutierrez.

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