Estudo de ONG não apontou agrotóxicos no Rio Formoso

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A proteção dos rios cênicos da Serra da Bodoquena, que englobam a rota turística de Bonito, Jardim e Bodoquena exige ações efetivas e permanentes do Estado, municípios e iniciativa privada na manutenção de um patrimônio ambiental de valor imensurável. A presença de agrotóxicos em cursos d’água da bacia, apontado em estudo da Ong Fundação Neotrópica, não inclui pontos de amostragem no Rio Formoso e não possuem níveis de parâmetros legais estabelecidos.

Estes foram alguns dos pontos fundamentais discutidos na reunião extraordinária convocada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente de Bonito (Comdema), realizada no dia 26 de julho com duração de quatro horas. Uma das resoluções aprovadas nesta convocatória do conselho foi a criação de um programa de monitoramento sistêmico dos rios que banham o destino turístico coordenado pelo conselho, com o apoio financeiro do Estado.

A divulgação das análises realizadas pela Ong trouxe impactos negativos em todos segmentos econômicos dentro dos destinos turísticos da região. A forma como os resultados foram apresentados e divulgados à imprensa, em um primeiro momento, foi interpelada e não transparece uma análise sistêmica e temporal adequada, podendo ocasionar diversas interpretações e promoção de informações não completas.

Ações de proteção

A metodologia de pesquisa, análise e interpretação dos dados, além dos métodos de coleta foram questionados pelos conselheiros do Comdema durante a reunião, onde estiveram presentes instituições como o Governo do Estado, Ministério Público, Prefeitura de Bonito, Agraer, Conselho Municipal de Turismo, Polícia Militar Ambiental (Pma), Imasul, IcmBio, conselhos regionais de Agronomia e de Biologia, Sindicato Rural de Bonito e organizações não-governamentais, além de representantes do trade turístico.

Coordenada pela presidente do Comdema, advogada Marla Diniz Brandão, da seccional da OAB, a reunião abriu a discussão a todos os setores da sociedade local após a apresentação dos estudos da Neotrópica realizados nos rios e afluentes de Bonito e Jardim. Presente à reunião, o superintendente estadual de Meio Ambiente, Arthur Falcette, cobrou uma melhor definição e padronização da metodologia de pesquisa e apontou que o processo seja conduzido diante de instituições/laboratórios devidamente certificados e cadastrados para fazer tais tipo de análise

Para o trade turístico, a presença de agrotóxicos em níveis baixos em alguns cursos d’água, no entanto, deve servir de alerta e reflexão, na avaliação do empresário Bruno Leite Miranda, diretor da Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur). “O importante é que estamos, cadeia produtiva e órgãos governamentais, unidos e comprometidos com a conservação do nosso meio ambiente, como ouvimos aqui de setores com o dos produtores rurais”, disse ele.

Plano Diretor

Dentre as ações desenvolvidas pelo poder público e parceiros da iniciativa privada na proteção dos mananciais da Serra da Bodoquena, um componente importante é a atuação de fiscalização permanente da Polícia Militar Ambiental (Pma) e do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de MS), além das leis estaduais que resguardam os rios e seus afluentes e respectivas nascentes e restringem a ocupação de áreas de reserva. Recentemente, o Governo do Estado criou um grupo de trabalho para apresentar propostas e projetos visando a proteção e recuperação específica da bacia do Rio Formoso.

Está sendo viabilizado também, junto ao Governo do Estado, o Plano Diretor de Bonito, que prevê um estudo mais detalhado da drenagem urbana. O plano, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Thyago Sabino de Moraes, irá prever medidas protetivas e um planejamento para os próximos anos, visando, principalmente, controlar o turvamento das águas, e a implantação de sistema de contenção das águas pluviais e redirecionamento do afluente tratado pela ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) para o Rio Miranda e não para o Formoso, como ocorre atualmente.
Assessoria

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